terça-feira, 1 de julho de 2008

Um pouco de poesia














Revirando alguns papéis antigos, jogando fora uns mais antigos ainda, me deparei com belas cartas de Drummond para Lygia Fagundes Telles. Quanta poesia...


"Você sabia que a lua
ainda não foi visitada?
que há sempre uma lua nova
dentro da outra, e encantada?

É lá que vivem as graças
que nesta quadra do ano
a gente sonha e deseja
a todo o gênero humano.

Mas a lua, preguiçosa,
nem sempre atende à pedida?
a gente sonha assim mesmo,
até melhorar a vida.


Oi, Lygia querida, os desejos são os da vida inteira: paz e saúde para você e seu povinho, e novos contos e romances de Você para alegria nossa.
Rio, XII,1969
Carlos"

Lygia, querida e lembrada:
Pois é. Passou o dia chato e ficaram as boas lembranças. Estou ouvindo João Gilberto e me sentindo ao lado de você. A pomba chilena faz companhia à gente, e releio "Negra jangada amarela", de tão funda ressonância intimista. Que bom, Lygia. Saber você minha amiga, minha irmã, no meio de tanta confusão e tanto desencontro desta vida.
Obrigado pelo que você é, pelo que você representa para mim: claridade.
Um beijo e todo o carinho do
Carlos